Eu já doei sangue uma vez. Eu tenho de medo de agulha, toda vez que tenho que fazer exame meu braço fica roxo. Mas criei coragem e fui. São várias etapas antes da doação. Você chega, faz cadastro, depois passa por entrevista e uns exames rápidos. E depois vem a hora da verdade. Da agulha! Eu me sentei lá e fiquei olhando. Não doeu, só ardeu um pouquinho. Me perguntaram o tempo todo se eu estava me sentindo bem e isso me deixou tranquila.

Eu saí de lá feliz, com a sensação de que fiz a coisa certa. Fazemos tantas coisas estranhas na vida, coisas que a gente acha que não devia, que não fez bem. Pela primeira vez eu percebi que aquilo era bom e não tinha outro sentimento além desse. Era isso.

Eu não sei para onde foi meu sangue, mas espero que ele tenha encontrado o caminho de muitas boas histórias. De gente que ama a vida e o mundo, de gente que quer viver. De gente que, quando estiver saudável, possa fazer algo realmente bom, que doe um pouco de si para o outro, sem esperar algo em troca. Porque doar sangue é isso, é se Doar.